quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Sabedoria popular: A cura que vem das plantas

O uso de plantas medicinais é um dos traços da cultura brasileira. A sabedoria popular conhece o poder das plantas. Ervas e chás são usados há milhares de anos. Todo mundo já ouviu falar sobre os benefícios de determinado chá ou de medicamentos à base de plantas.

Receitas caseiras podem ser usadas para tratar queimaduras, diarreia, tosse, resfriados e assaduras. A dona de casa   Maria Terezinha Amâncio, moradora do distrito de Nova Califórnia, por exemplo, usa a babosa para tratar ferimentos causados por queimaduras, chá da goiabeira para a diarreia e de manjericão como forma de reduzir a tosse.
Já o esposo de Terezinha, o aposentado Daniel Amâncio, conta que sempre recorre à cura que vem das plantas. “Uma vez estava no meio da mata catando castanha e uma cobra me mordeu e como a nossa vila fica longe, tanto da capital de Rondônia quanto da do Acre, e não podia esperar até chegar ao hospital, tomei um gole de óleo de copaíba, e melhorei. Depois procurei um médico, mas o óleo me ajudou muito. Diminuiu a dor e não fiquei com problema nenhum na perna”, conta feliz Daniel, que ainda revela que sempre utiliza boldo e outras ervas para curar os problemas de saúde. 
A atividade de utilizar as plantas como remédio é uma tradição herdada dos índios, e atualmente é utilizada por toda população amazônica. A tradição está presente no cotidiano das pessoas que utilizam as plantas medicinais para curar enfermidades.
Segundo informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), a medicina tradicional baseada em ervas tem seu valor e reduz o sofrimento de milhões de pessoas nos países em desenvolvimento. Os remédios naturais desempenham importante papel social.
Abrigando 50% da biodiversidade mundial, a floresta amazônica guarda fórmulas para tratar diversos males. As receitas, muitas aprendidas com os índios, são passadas de pais para filhos há gerações.
Os fitoterápicos produzem menos efeitos colaterais. Fitoterapia significa tratamento (terapia) através das plantas (phitos). Cada vez mais essa terapia vem sendo aplicada nas mais variadas especialidades médicas. Segundo informações da Associação Brasileira de Fitoterapia, a flora nacional concentra a maior biodiversidade do mundo. São 55 mil espécies catalogadas, o que corresponde a 20% do total distribuído pelo planeta. Com o respaldo de investigações sérias e de anos de uso popular registrados, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma lista de 71 espécies eficazes, com suas respectivas indicações de uso.
A vendedora Lucia Silva, conta que raramente leva os filhos ao pediatra. “Prefiro usar os xaropes naturais. Aprendi com minha avó e sempre deu certo. São receitas que curaram nossos antepassados", justifica.
Em Vilhena o mercado fitoterápico está em alta, pois a cidade já conta com mais de três farmácias naturais. As plantas mais procuradas nesses comércios são ameixa e aroeira, que ajudando na cicatrização de ferimentos e dores uterinas. Outra plana muito solicitada é o jatobá, indicado para o tratamento do prolapso, popularmente conhecido como bexiga baixa. A procura é grande também pela quina-quina, sendo que seu serve para diabete, colesterol e menstruação atrasada.
A aposentada Mariana Lima, conta que usa e recomenda o capim-verde, para combater as doenças respiratórias. “Faço como minha avó fazia, recorro primeiro ao remédio caseiro e depois, se não tiver jeito, procuro o hospital. O importante é ficar saudável”, conclui.








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