quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ações do Ponto de Cultura Cone Sul Plural estimulam a cultura em Rondônia


O resgate da história Vilhena, Pimenteiras do Oeste e Chupinguaia, a valorização das comunidades indígenas e quilombolas, a difusão da leitura e das atividades de teatro, música, dança e o estímulo à produção de artes plásticas e artesanato são algumas das ações que a ONG Beija Flor está desenvolvendo através do Ponto de Cultura Cone Sul Plural em Vilhena. “Todas as ações estão sendo desenvolvidas considerando os aspectos de conservação do meio-ambiente, do desenvolvimento da cultura da paz, entre os vários segmentos que compõem a sociedade e ainda a difusão de informações que promovam acesso à: Saúde, Educação e aos Diretos Humanos como um exercício da Cidadania”, informou um dos coordenadores da ONG Beija-Flor, o professor Cledemar Jéferson Batista. 


O Ponto de Cultura está apoiando ações culturais em todos os setores artísticos.  “O nosso projeto tem como objetivo promover o registro da formação histórica da nossa região e ao mesmo tempo valorizar a multiplicidade de culturas existentes em Vilhena e região”, explicou.

Segundo Jeferson, o Ponto de Cultura Cone Sul Plural tem intensificado as ações para a promoção e valorização de artefatos indígenas. Com o objetivo de resgatar antigas tradições, remanescentes das etnias Mamaindê e Sabanê, pertencentes à Nação Nambiquara, estão sendo incentivados a produzirem brincos, colares, pulseiras e cestarias a partir de fibras e sementes amazônicas. Percebe-se a alegria, nas faces de índios idosos, quando observam a capacidade de produção dos mais novos. Em contato com alguns índios das etnias Sabanê e Mamaindê, moradores de aldeias localizadas próximas à Vilhena, membros do Ponto de Cultura estão firmando parceria com o objetivo de juntos repensarem estratégias de resgate e manutenção de suas culturas.

Além disso, o Ponto de Cultura Cone Sul Plural apóia o Projeto Roda Moinho que é uma iniciativa da Igreja Católica e Pastoral da Criança, em Vilhena, desenvolvido pela Comunidade Divino Espírito Santo do bairro Alto Alegre. O projeto realiza uma série de atividades com famílias da comunidade. Entre ações de produção de artesanato, a partir de resíduos sólidos, a realização de oficinas de produção de bolsas, tapetes, almofadas e outros objetos decorativos.


A produção audiovisual local, não foi esquecida pelo Ponto de Cultura, que através do documentário “Hatisu: a Historia da Memória” promove a valorização das comunidades quilombolas. O documentário foi produzido por uma equipe composta por alguns jornalistas da cidade de Vilhena, que foram à Pimenteiras do Oeste e conseguiram alguns dados históricos da cidade, além de depoimentos de vários quilombolas residentes na cidade.

O Ponto de Cultura apoiou o Projeto Invadindo a Praça, do Grupo de Teatro Wankabuki. Segundo a Presidente do Grupo, Valdete Souza “a intenção é que esse projeto aconteça em todas as praças de Vilhena e a parceria com o Ponto de Cultura é de suma importância".
Segundo Jeferson, o Ponto de Cultura é a ação prioritária do Programa Cultura Viva e articula todas as demais ações do Programa Cultura Viva. Iniciativas desenvolvidas pela sociedade civil, que firmaram convênio com o Ministério da Cultura (Minc), por meio de seleção por editais públicos, tornam-se Pontos de Cultura e ficam responsáveis por articular e impulsionar as ações que já existem nas comunidades. Jeferson explica que o Ponto de Cultura não tem um modelo único, nem de instalações físicas, nem de programação ou atividade. Um aspecto comum a todos é a transversalidade da cultura e a gestão compartilhada entre o poder público e a comunidade. Quando firmado o convênio com o Minc, as instituições que estão desenvolvendo atividades culturais em todo o país serão beneficiadas durante três anos com recursos disponibilizados pelo Governo do Estado e Ministério da Cultura, assim o Ponto de Cultura recebe uma quantia, dividida em três parcelas.  

 “O projeto Cone Sul Plural surgiu graças ao apoio dos coordenadores das salas de leitura da rede estadual, pois se não fosse o projeto Leitura Viva na praça, coordenados por esses profissionais do qual faço parte, com certeza hoje não poderíamos estar comemorando a implantação do Ponto de Cultura em Vilhena”, argumenta Jeferson. 
Sobre o porquê do nome do projeto Cone Sul Plural, Jeferson explica Vilhena está localizada na região denominada Cone Sul, e que esse projeto quer valorizar a diversidade e pluralidade cultural da região do Cone Sul. “Existem pessoas que dizem que o Cone Sul não tem cultura, mas isso não é verdade, pois o que acontece é que há uma grande mistura de cultura, uma grande pluralidade, diversidade de costumes e tradições, que deve ser respeitada e valorizada, pois não existe uma cultura superior a outra. Esse é um dos objetivos do nosso projeto, além de incentivar a produção de cultura, valorizar os artistas da cidade, e possibilitar locais para que esses artistas possam expor seus trabalhos”, discursa emocionado.
Segundo o coordenador da ONG Beija Flor, mais do que propiciar acesso à Cultura às populações impossibilitadas do consumo dos bens e serviços culturais, quer por situações de pobreza ou por habitarem áreas remotas, o projeto Cone Sul Plural é uma grande lição de cidadania aos seus integrantes, pois vai proporcionar à população a conhecer sua história e a valorizar sua cultura, reconhecendo-se assim como parte integrante da produção da cultura local. “Trata-se de uma iniciativa encorajadora ao incorporar à dimensão cultural em sua plenitude a política social, reforçando sua capacidade de contribuirmos para que nossa sociedade se reinvente, exatamente porque complementa um processo que é essencial ao amadurecimento do campo da cultura e, também, uma condição para que estejamos à altura dos desafios que é a valorização do segmento cultural” conclui Jeferson.



Box: A historia da ONG Beija Flor



A ONG Beija Flor – Direitos Humanos Sócios-Cultural vem atuando de forma significativa na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) além de apoiar a cultura de Vilhena. O professor Cledemar Jéferson, um dos coordenadores da ONG Beija-Flor contou como teve início a ideia de criação de uma instituição voltada para as camadas minoritárias da sociedade em 2002.
Nos sete anos de existência e três de instituicionalidade, a ONG Beija-Flor se tornou sinônimo de excelente conteúdo principalmente no combate às DSTs. “Iniciamos ações de prevenção as DST/HIV/AIDS, perpassamos por projetos que visam à diminuição do preconceito às pessoas soro positivo, já promovemos a inclusão e a permanência de LGBT em escolas públicas e também atuamos na defesa de pessoas que tiveram direitos violados na questão dos Direitos Sexuais e Reprodutivos, através da assistência jurídica”, disse Jéferson que destacou a presença da ONG no âmbito nacional onde participaram ativamente de redes de discussões e na interação com outras instituições com focos em comum. Parcerias com ONGs de outras regiões do país ajudam na fomentação do trabalho em Vilhena.




Nenhum comentário:

Postar um comentário