quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Amazônia em cores

Conheça o trabalho da artista plástica que está pintando o sete em Vilhena




Para Sayonara Lobato a arte de grafitar é diferente de pichar, grafite e expressão artística 



          A Amazônia é conhecida por sua mistura de cores que estão por todas as partes; no rosto do índio, na plumagem das aves, na casca das frutas, nas paredes da sala VIP do aeroporto de Vilhena... E isso é verdade. Se você já viu a pintura deve ter ficado no mínimo surpreso e se sentindo um verdadeiro Tarzan (ou Jane). Mas, você conhece o autor da arte? Bom, nem vai conhecer, porque é uma autora e mesmo que sinta vontade não se despeça dela, porque o papo está só começando; com vocês, Sayonara Lobato!
Muitas pessoas capturam a natureza no sentido literal, com arapucas, rifles ou qualquer outra arma, só pelo gosto de ter o animal empalhado dentro de casa, mas são poucas as que conseguem capturar a beleza na natureza usando os perigosos pincel e tinta. Como toda artista que se preze, Sayonara mora em um lugar especial, afastado do barulho dos motores de carros ou buzinas em carreatas de promoção de lojas. Seu espaço, como a própria pintora define, é um ambiente “zen”, localizado na zona rural de Vilhena.
Na companhia de uma arara tagarela, Sayonara dá cor à vida como ela é, ousadia que já lhe causou censura. “A Amazônia é a manifestação da vida e não se pode retratá-la com receio”. As palavras da artista dizem respeito ao modo com que pinta os índios da região... nus. “Já quiseram que eu inserisse penas para cobrir as genitálias dos índios que pinto, mas se eu fizer isso vou ser só mais uma”, justifica.
A arte de Sayonara não se resume ao convencional óleo sobre tela, nem no desenho em si, nem na técnica utilizada. Curiosa e interessada em aprender, a pintora vilhenense também realiza trabalhos em carvão, telas e grafite. Trabalhos estes que percorrem o mundo no Circuito Internacional de Arte Brasileira passando por países como Alemanha, Áustria, China, França, Inglaterra, Itália, Portugal, Tailândia, dentre outros.
O legado que esta artista múltipla está construindo nas paredes de Vilhena é algo visual e espiritualmente agradável e que não pode ser confundido com vandalismo, como costumeiramente é relacionado. “O grafitar é diferente de pichar. Não saio por aí pintando muros sem autorização”, definiu Sayonara. Prova da aceitação de seu trabalho é o patrocínio que conseguiu do grupo Casa das Tintas que lhe cede todo o material necessário sem qualquer custo. Artisticamente, Sayonara é a única pintora a adotar esse estilo no município. “Existem outros que pintam muito bem em parede, mas são voltados para a publicidade de empresas”, contou.
Apesar de não estar mais ligada à pintura comercial, Sayonara começou a trabalhar profissionalmente com desenho em uma empresa onde exercia o papel de desenhista publicitária na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Foi só nos anos 2000 que percebeu que seu forte era a pintura artística, a expressão da vida. “Quando criança, na escola, eu já desenhava e pintava muito bem, ganhando destaque do restante da turma”, relembrou. As pinturas de Sayonara estão presentes em vários locais como na rampa de skate na Praça Ângelo Spadari, na escola Marcos Donadon, na Secretaria Estadual de Educação (Semed), na já citada sala VIP do aeroporto de Vilhena, além de ser a capa do livro “Além do Olhar” do poeta Vilmar Vieira.
























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