O turismo de uma das
comunidades quilombolas mais tradicionais de Rondônia tem crescido nos últimos
anos, segundo a direção da associação de moradores. Localizada às margens do
Rio Guaporé, município de São Francisco do Guaporé (RO), um dos grandes
atrativos de Pedras Negras, de acordo com Rozaldo Godói, presidente da
associação, é devido as grandes pedras, praias, pesca e sítios arqueológicos
existentes no local.
“No período em que o rio
está baixo, os turistas podem apreciar as belas paisagens do local”, relata.
Godói, hoje com 49 anos, é um dos moradores mais antigos do local. Nascido e
criado em Pedras Negras, ele conta que atualmente a comunidade quilombola
possui duas pousadas, sempre com reservas marcadas. “Para chegar até aqui, as
opções são o barco e o avião de pequeno porte, pois temos uma pista de pouso”,
afirma.
Segundo a associação de
moradores, agências de viagens do Vale do Guaporé e do Cone Sul do estado são
as que mais enviam turistas para o local. A igreja católica, construída há mais
de 100 anos, também é um dos símbolos de Pedras Negras. Com uma torre que pode
ser vista há quilômetros de distância, anualmente a comunidade participa da
tradicional Festa do Divino do Espírito Santo.
Maria de Fátima Ferreira é
moradora da comunidade desde 1978. Com 49 anos de idade, a igreja é um dos seus
locais preferidos para passar o tempo. “Venho sempre aqui fazer minhas orações,
arrumar as flores, varrer e arrumar o local. O que gosto daqui é que toda a
comunidade é católica e veem semanalmente aos cultos”, conta.
Os apaixonados por história
ficam encantados quando encontrar as urnas funerárias enterradas no quilombo de
Pedras Negras. Segundo os moradores, frequentemente são encontrados panelas de
barro onde foram sepultados corpos de índios.
Olaida Faustino, 59 anos,
também é moradora nativa do quilombo. Para a dona de casa, o local é mais do
que paradisíaco. “Aqui é tudo de bom. Tem escola, quadra de esporte e energia”,
afirma. De acordo com a moradora, o aumento do turismo foi benéfico para a
comunidade. Em quase seis décadas de vida, Olaida afirma ter visto centenas de
animais andando próximo das casas. “Já vi sucuri com mais de cinco metros de
tamanho, além de jacarés”, relata.
O número de famílias em
Pedras Negras também aumentou em três anos. “Em 2011 tínhamos 17 famílias aqui
na comunidade. Hoje somos em 58”, revela. Outro crescimento com rendimento de
produção positiva foi a pecuária. De acordo com o presidente da associação,
desde 2008 alguns produtores começaram a criar gado, possibilitando assim que
os moradores locais pudessem se alimentar de derivados do leite.
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