quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Quilombolas aguardam certificação de comunidade em Pimenteiras

Os membros da Comunidade Santa Cruz  de Remanescentes Quilombolas  do   Município de Pimenteiras do Oeste de Rondônia que aguardam a certificação da Fundação Cultural Palmares para reconhecer a legitimidade da  comunidade. Eles receberam a visita de representantes do órgão na última segunda-feira, 21, que contou com a presença de membros das comunidades e também do prefeito João Miranda e vários vereadores.

A representante da comunidade, Izabel Mendes, informou que o chefe da divisão de certificação da Fundação Cultural Palmares, Rogério Rodrigues visitou os quilombolas para tratar da certificação e regularização da comunidade.

“A certificação deve sair em seis meses, estamos ansiosos para isso. Já estamos com todos os documentos exigidos como a ata de fundação e o estatuto. Esta certificação vai
ser um marco para o povo pimenteirense que tem mais da metade da população formada por descendentes dos quilombos da região”, disse Izabel que informou que há cinco anos eles lutam juridicamente pela validação da entidade. 

Izabel informou que a comunidade é descendentes do quilombo de Vila Bela da Santíssima Trindade e do quilombo do Piolho, ambos do Mato Grosso, cujos antepassados subiram o Rio Guaporé no século XIX.


Izabel ressalta que após a certificação os quilombolas de Pimenteiras vão receber incentivos do governo federal, entre outros benefícios, sendo o principal é a valorização cultural da comunidade. “Com a certificação vamos conseguir manter as vestimentas, as comidas, a danças entre outras tradições”, salienta Izabel.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Projeto incentiva cultura Hip Hop no Cone Sul de Rondônia

Com objetivo de incentivar e contribuir para a consolidação e o fortalecimento das expressões culturais do Movimento Hip Hop no Cone Sul de Rondônia será realizado no mês de outubro em Vilhena e Pimenteiras do Oeste o projeto "Requilombo: arte das ruas".

A iniciativa prevê a realização de oficinas gratuitas de discotecagem, rap, break (dança de rua) e grafite para alunos das escolas Zilda da frota Uchôa de Vilhena e alunos da escola Inácio de Castro de Pimenteiras do Oeste. Além disso, também serão realizadas palestras ligadas a valorização dá cultura Hip Hop.]

O projeto "Requilombo: arte das ruas" está sendo realizado pela equipe de produção do Serpentário Produções e foi comtemplado pelo Prêmio Cultura Hip Hop 2014 da Fundação Nacional de Artes – Funarte e do Ministério da Cultura.

A coordenadora do Serpentário Produções, Andréia Machado, disse que a realização do projeto é importante para a região que é carente de ações de fomento ao Hip Hop. “O evento vai fortalecer localmente a cultura Hip-Hop, além de ser um incentivo para os diversos grupos de rap, grafiteiros, e pessoas que curtem a dança de rua na região, pois todos esses elementos que formam o Hip Hop terá espaço no projeto”, explicou Andréia.

Para Andréia no Hip Hop o respeito ao próximo prevalece e no movimento não existe discriminação com outros movimentos. Ela ressalta a importância da promoção de eventos desse tipo, pois a através da cultura Hip Hop os jovens podem se expressar criativamente.

“Por incentivar as pessoas a se expressarem em forma de música poética, inclusão social, literatura para se fazer a letra da música, além de a arte como pintura, o grafite o Hip Hop é uma excelente forma de educar os jovens sobre valores importantes da vida como a promoção da paz, do respeito e a solidariedade”, disse Andréia.

De acordo Andréia, as oficinas vão incentivar a prática e valorização do Hip Hop para crianças adolescentes e jovens carentes que nem sempre tem a oportunidade de participar de atividades culturais, já que todas as oficinas fora oferecidas de forma gratuita.

 “Queremos mostrar através das oficinas o poder transformador da arte, que primeiro, ela muda as pessoas por dentro, e depois muda a realidade em volta delas. É essa mudança que queremos provocar. Fazer esses garotos se sentirem valorizados dentro da própria comunidade, será nossa maior vitória”, ressaltou Andréia.


domingo, 13 de setembro de 2015

Educação inclusiva

Escola Marechal Rondon oferece ensino de braile e libras para estudantes


A educação inclusiva no Brasil é garantida pela legislação, e oferecer condições igualitárias para estudantes com necessidades educacionais especiais, é uma necessidade nas escolas do país. Em Vilhena na escola estadual Marechal Rondôn, a educação inclusiva é uma realidade, pois oferecem alfabetização e inclusão de alunos com deficiência visual e auditiva, com aulas de braile e libras.

Segundo a diretora da escola Marechal Rondon, Débora Cristina, as ações desenvolvidas na escola têm como objetivo de promover a inclusão dos alunos com deficiência no ambiente escolar, e também para melhorar a comunicação entre crianças e deficientes visuais e auditivos. "Atendemos vários alunos com necessidades especiais e procuramos oferecer um ensino de qualidade para promover a inclusão desses alunos", disse Débora que contou orgulhosa que a alunos da escola com deficiências já ingressaram em cursos universitários.

A professora Janes de Fátima Silva que trabalha dando aula de braile na escola, acredita que a educação inclusiva ajuda no crescimento dos alunos, não apenas no ambiente escolar, mas também no dia a dia. Janes informou que   em dez anos que trabalha com aulas de braile ajudou na formação de três alunos com deficiência visual.

Janes explica que o sistema braile é um processo de escrita e leitura baseado em 64 símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada. Aparecem em forma de letras, algarismos e sinais de pontuação. A leitura é feita da esquerda para a direita, ao toque de uma ou duas mãos ao mesmo tempo. O sistema braile é um código universal de leitura tátil e de escrita, usado por pessoas cegas. Ele foi desenvolvido na França por Louis Braille, um jovem cego, a partir do sistema de leitura no escuro, para uso militar, de Charles Barbier.

Na escola Janes trabalha com alfabetização e também com a tradução de conteúdos como provas, trabalhos das aulas dos professores, pois os alunos com necessidades educacionais especiais dividem o mesmo espaço com os do ensino regular.

De acordo com Janes, a escola Marechal Rondon está toda equipada com materiais didáticos, livros tanto em braile quanto em áudio, computador, impressora, sorobam, que é o aparelho de cálculo do cego e o reglete, que é o primeiro equipamento para a alfabetização.

"Temos vários materiais que ajudam no ensino e que facilita o cotidiano dos alunos com deficiência visual, pois aqui na escola fazemos o que for possível para que nossos alunos com qualquer deficiência tenham uma rotina normal junto com os outros", falou Janes.
Janes diz que sente orgulho de ter ajudado os alunos a realizar o sonho de ingressar no ensino superior. Ela conta que atualmente está ajudando na preparação de uma aluna Alessandra Martins, de 23 anos, que foi alfabetizada e concluiu o ensino médio na escola, para ingressar no ensino superior.

Alessandra nasceu com deficiência devido uma rubéola que a mãe teve quando estava no sétimo mês de gestação. Ela conta que começou a estudar quando tinha 11 anos de idade. "Meus pais não sabiam que uma criança cega poderia estudar e uma vizinha falou sobre a escola Marechal Rondon. Eles me matricularam, mas não esperava que eu fosse conseguir a apreender alguma coisa", disse Alessandra.

A jovem conta que ela mesmo se surpreendeu com a facilidade que teve para aprender. "Fui alfabetizada em apenas três meses, foi muito fácil, mas quando fui para escola achava que para aprender braile eu ia usar caderno, lápis e borracha e não os materiais específicos", revela a estudante.

Segundo Janes, Alessandra é uma aluna dedicada que ama ler. "Ela leu todos os livros da nossa biblioteca e tem sede de conhecimento", fala a professora.

Alessandra conta que sonha em cursar pedagogia e dar aula no futuro. Ela diz que sua experiência na escola foi muito proveitosa e mesmo depois de ter concluído o ensino médio continua frequentando a aulas para se preparar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Alessandra ressalta que as aulas ajudaram ela na rotina fora da escola. "Nas aulas aprendi a usar o computador e os programas que em auxiliam nas leituras", falou a jovem que mantêm uma página no Facedook onde posta texto e vídeos que são servem de exemplos para outras pessoas. Apesar das tecnologias Alessandra prefere ler em braile.

"Para vencer os desafios precisamos acreditar nos nossos sonhos e aproveitar as oportunidades", afirma Alessandra.

Opinião compartilhada pela Kelly Thaynara Paulino, de 12 anos, que é deficiente auditiva e estuda na sétima série na escola. Usando a linguagem dos sinais, libras Kelly conta que gosta muito de estudar na escola pois tem vários amigos.

Já Weverton Carlos B. da Silva, de 13 anos, que também estuda na sala de Kelly, diz que se sente à vontade porque em sua sala sete alunos com deficiência auditiva estudam. "Não me sinto sozinho sei que tenho meus colegas de sala para conversar e também tem os professores que são muito legais e nos ajudam a se conversar com os outros alunos, e no final todos aprendemos juntos", fala Weverton.

A professora e interprete de libras Vanessa Leopoldino Frâveno, informa que na escola atualmente são atendidos nove alunos deficientes auditivos. De acordo com Vanessa, os resultados do ensino oferecido são percebidos na unidade de ensino e em casa. "Eles são muito dedicados e sempre querem aprender", ressalta Vanessa.

A diretora Débora faz questão de informar que a escola está de portas abertas para a comunidade, e convida quem quiser fazer uso dos equipamentos para braile e conhecer o material didático é só ir à escola Marechal Rondon.

"Nosso trabalho visa proporcionar uma melhora na qualidade de vida dos alunos portadores de necessidade especiais, o que inclui um avanço no seu processo de inclusão social. Além de oferecer o ensino de libras e braile também trabalhamos com os outros alunos conscientizando sobre a importância de se respeitar as diferenças para construir uma sociedade mais justa", finaliza Debora.



Verde na tela

Mostra de cinema discute questões ambientais em escolas públicas de Vilhena

Preservar o meio ambiente é fundamental para manter a saúde do planeta e de todos os seres vivos que moram nele. Com a intenção de estreitar os laços dos estudantes com a natureza e incentivar a consciência socioambiental, foi realizada em Vilhena a “Mostra de Cinema: Verde na Tela”.

O evento uniu atividades culturais e educativas, exibindo filmes com a temática ambiental, gratuitamente em escolas públicas do município incentivando os alunos a preservarem e conservarem o meio ambiente.  A mostra aconteceu entre os dias entre os dias 14 e 18 de agosto.

O projeto cultural que é pioneiro no município foi realizado pelo grupo de agentes culturais do grupo ‘Serpentário Produções’, e contou com patrocínio do Banco da Amazônia e do Governo Federal. De acordo com o coordenador do projeto Washington Kuipers de Moraes, cerca de 600 alunos foram beneficiados com as ações do projeto. 

“A mostra foi realizada nas escolas públicas Marechal Rondon, Álvares de Azevedo e Zilda da Frota Uchôa, e elas foram escolhidas por já realizarem trabalhos e projetos voltados para a comunicação e também de preservação do meio ambiente”, destacou Washington.

Segundo Washington, as sessões contaram com a exibição de 15 filmes sobre a temática ambiental, além de palestras sobre preservação do meio ambiente e oficinas de produção audiovisual, visando incentivar os alunos a produzirem pequenos curtas-metragens e documentários sobre a questão ambiental na região amazônica.

“A intenção e que os estudantes que participaram das atividades do projeto se tornem ser multiplicadores das ideias de preservação do meio ambiente e também de fomento a produção cinema e filmes”, acrescentou Washington.

A vice-diretora da escola Marechal Rondon, Débora Cristina de Lima, informou que a escola sempre procura oferecer atividades extracurriculares através de parcerias com a comunidade. Ela elogiou o projeto e disse que é muito importante realizar trabalhos que incentivem os alunos a preservar o meio ambiente.

"É o momento propício para discutirmos essas questões ambientais com os nossos jovens, nas escolas, pois precisamos a preservação do meio ambiente é uma necessidade urgente”, falou Débora.

Já a professora Vanda Flor da passa Satyra disse que mais do que uma fonte de entretenimento, a mostra foi um espaço de reflexão sobre as questões ambientais. Vanda ressaltou que o evento também promoveu debates e contribuiu para ampliar o conhecimento e a consciência sobre a preservação da natureza.

O aluno Melki da Silva, de 16 anos, contou que essa foi a primeira vez que ele participou de uma mostra de cinema. “Foi emocionante ver todos esses filmes, e no final ficou a aquela sensação de posso fazer mais para ajudar a preservar a natureza”, falou Melki.

Já a aluna Thauana Gonçalves, 16 anos, destacou que gostou de participar das oficinas de produção audiovisual. Ela conta que sempre quis produzir documentários e essa oficina foi um incentivo para Thauana e os amigos. “Queremos fazer pequenos filmes mostrando a nossa realidade para o mundo”, disse Thauana.

A aluna Estéphanny da Silva dos Santos, de 16 anos, também gostou de participar das oficinas de produção audiovisual e disse que a mostra foi muito interessante. “É uma oportunidade única de assistir a estes filmes, pois é um espaço para promover o debate e a reflexão sobre questões do nosso dia a dia”, disse a aluna.

Washington informou que todos os participantes da mostra receberam material didático produzido especialmente para mostra e também certificados. O coordenador do projeto acredita que o projeto ajudou os alunos a expressar ideias, sensações, opiniões, a se conectar com a comunidade, sensibilizando a todos sobre a importância de se preservar o meio ambiente.

“O objetivo principal do evento é chamar a atenção da sociedade para a questão ambiental e usar o cinema para estimular a discussão ao redor do tema”, afirmou Washington.

O coordenador do projeto acredita que a mostra de cinema ajudou a promover a reflexão crítica sobre as questões da preservação do meio ambiente através da exibição dos filmes.
Washington ressalta que todas as pessoas são responsáveis pela preservação do meio ambiente. 

“Proteger a natureza não é só cuidar das florestas e rios, mas sim preservar cada lugar por onde passamos e cada ser vivo que encontramos pelo caminho. Uma latinha que se joga na rua, por exemplo, pode parecer apenas uma latinha. Mas, somada com outras, chega a entupir bueiros e causar enchentes. Por isso, se cada um ajudar um pouquinho, o planeta agradece”, finalizou Washington.

sábado, 5 de setembro de 2015

Documentário vilhenense será exibido no Festival de Praia de Pimenteiras

O documentário “Rio da Fé”, que tem como tema a Festa do Divino Espírito Santo em Pimenteiras do Oeste (RO), no Cone Sul de Rondônia, será exibido no Festival de Praia que será realizado no município.
O documentário foi produzido pelo grupo de agentes culturais Flávio Godoi, Andréia Machado, Washington Kuipers e Marcio Guilhermon de Vilhena, que são membros do “Serpentário Produções”. O filme de 22 minutos acompanha os preparativos e mergulha na história da romaria aquática que tem 120 anos de tradição no estado.
A festa é uma tradição centenária, ainda atrai devotos de vários pontos do estado de Rondônia e também da Bolívia. Durante o festejo a cidade de Pimenteiras que aconteceu no mês de maio recebeu centenas de fiéis que participaram das procissões e missas na casa dos fiéis do município.
A produção do documentário, conta com apoio da Fundação Palmares, referência em apoio às produções voltadas para a valorização da cultura afro-brasileira.
O documentário será exibido no domingo, 6, graças a uma parceria com a Secretaria Municipal de Turismo. “Além de proporcionar lazer o festival também conta com uma com programação cultural prestigiando artistas regionais, por isso é importante à exibição do documentário que retrata umas das festas religiosas mais tradicionais do município”, disse o secretário Everton Nogueira de Menezes conhecido como Tom.
Para a diretora do documentário, Andréia a exibição do filme é uma forma de prestigiar a comunidade que foi retratada na obra. “Espere que a população possa assistir o documentário e se emocionar com essa festa linda”, disse Andréia.
Sobre o festival
A 25ª edição do Festival de Praia de Pimenteiras do Oeste acontece entre os dias 4 a 7 de setembro, e recebe visitantes da região norte, além de estrangeiros, pois a cidade faz divisa com a Bolívia.
O festival contará com a apresentação de cantores e bandas regionais, além do tradicional desfile que intitula e destaca a beleza da mulher. Eventos esportivos também estão previstos no cronograma, com competições de vôlei de praia e futebol de areia.
Texto e fotos: Assessoria